E o segundo?
O silêncio é melhor que pergunta idiota e sem assunto. No caso, estou nesta fase do jogo e vou falar um pouco o que penso (e a minha viagem depois de uma taça de vinho...)
Eu virei a chave quando me tornei mãe. É, mudei o meu pensamento sobre várias coisas, inclusive sobre a maternidade. Outras coisas ficaram exatamente iguais. Como o que? Ter um filho só. Só? Nossa, Bia já vale por 2, 3. Tanto no trabalho, como nas alegrias e no orçamento, claro. Já me perguntaram quando vem o segundo, falo que ficarei só na Beatriz e a resposta é muito curiosa: quem cria um, cria dois, cria três…
Depende de como se cria. Quando pensava em ter uma criança, meu modelo era a minha mãe que criou dois filhos, cuidava da casa e trabalhava com meu pai no escritório à noite. Eu não daria conta, não tenho a energia que minha mãe tinha e tem. Mas eu acredito que se meu irmão nascesse antes ela teria desistido do segundo. Meu irmão chorava demais, tinha sono ruim. Beatriz é dura na queda no quesito dormir também. Isso tira a energia da gente. Fora que Leo e eu como pais de primeira viagem não tínhamos noção de varias coisas tipo rotina e a paz que é ver seu bebê pela camera no quarto. Nos dias que fico sozinha, só vou no quarto da Beatriz se ela está nitidamente acordada, se resmunga, fala sozinha, eu deixo ela lá e fico no celular vigiando.
Eu e meu irmão temos uma diferença grande de idade. Seis anos. Isso também foi um plus, eu cuidei do meu irmão várias vezes. Minha mãe hoje acha uma loucura, mas no passado isso era muito comum. Fiquei muitas vezes sozinha com o cabeção. Fora as vezes que eu fiquei sozinha, quando era maior. Quase coloquei fogo na casa, mas né, “tá tudo sob controle”. A criação de antigamente era mais leve, acho que não tinham tanto medo ou controle, isso facilita muito. Não tinha celular para ligar e ver se estava tudo bem, era uma mega sena da vida.
É muito controle, é muita facilidade… que fica dificil de relaxar. Em pensar que sou da epoca que telefone fixo era algo caro e hoje é tão banal que eu me comunico por telefone, mensagem e ainda vigio a minha filha dormindo e vejo meu marido voltando para a casa na estrada. No caso, será que na verdade está tudo tão banal e instantâneo que a ansiedade toma um espaço maior que o cansaço?
Bom, vou tomar meu vinho… beijo para você.