Aqui em Minas, na província de Belo Horizonte, nós falamos muito antipatia para nos referirmos a coisas que temos repulsa, aversão e até raiva. Quando sinto este tipo de sentimento, eu procuro bloquear o que me faz mal de alguma forma se não consigo superar. Sejam coisas, situações ou pessoas. Não sei abstrair, claro que quando necessário eu encaro, mas penso que é melhor evitar se não está 100% superado.
Claro que tem casos que não tem jeito, tipo algumas pessoas. Elas se esforçam para alcançar o o grau máximo de excelência da antipatia. Ai não tem como chegar no nirvana com seres irritantes que não colaboram. Semana passada eu conversei com Paula (sim, novamente) sobre um episódio de podcast e tivemos a mesma opinião sobre uma pessoa. Ela tanto fez que se tornou o nosso ranço conjugado. Não vou entrar nos motivos e nem quem temos antipatia, mas quero defender a liberdade para senti-la sem constrangimentos.
O “good vibes” atrapalha a vida, atrapalha o natural, atrapalha a verdade. Exemplo: cê bate o dedinho na quina, dá uma puta dor e o que eu espero da maioria das pessoas é algum tipo de reação a dor, no meu caso eu solto um palavrão. Galera good vibes não tem isso, se bateu o dedo na quina é porque você tem que levar isso para o seu interior e ressignificar para aprender. Aprender o que? Ser mais atento? Fazer as coisas com mais calma? Acordar 5 minutinhos já que cê tá atrasado?
Este movimento indica que não devemos nutrir sentimentos ruins, superar. Afinal muitas vezes é com a gente, não com o outro ou a coisa. Nisso eu estava me achando a pior pessoa do mundo. Mas o lance que o movimento mostra o que está dentro da bolha, o que a pessoa quer mostrar e passar. Na realidade isso não funciona. A polarização do mocinho e vilão chegou a graus absurdos. E tem um séquito que acredita que o guru é quase o Buda.
Respeito demais o outro. Respeito tanto que se ele quiser pular da ponte, vai com Deus. Se a minha opção é não pular, me deixa aqui escutando o Barão, com esta música ótima em que Cazuza coloca bem demais o meu sentimento. Há quem goste de viver de ilusão, de ignorar a mentira alheia.
Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos
Me interessam
Pequenas poções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam, me interessamMaior Abandonado, Barão Vermelho
Respeito demais o outro. Respeito tanto que se ele quiser pular da ponte, vai com Deus. Se a minha opção é não pular, me deixa aqui escutando o Barão, com esta música ótima em que Cazuza coloca bem demais o meu sentimento. Há quem goste de viver de ilusão, de ignorar a mentira alheia. Não sei se neste mundo paralelo estas pessoas sofrem menos, pelo menos eu escolho as minhas dores. E para quem vou revirar meus olhos e despender a quota de paciência que deixo para estas ocasiões “especiais”.
<3